Assista a concertos de jazz em Lisboa. Concertos que acontecem ao ar livre, num auditório de referência nacional, tanto pela acústica como pelo ambiente. O evento ” Jazz em Agosto ” é responsabilidade da Fundação Calouste Gulbenkian e acontece nos famosos jardins da fundação no centro da cidade.
Jazz em Agosto, em 2025 na sua 41ª edição, apresentará as múltiplas identidades do jazz, uma programação menos comum daquilo que se oferece nos principais festivais mundiais. É uma das referências de espectáculos de jazz em Lisboa.
“Faz parte da voragem de qualquer músico criativo aventurar-se e destapar novos territórios à medida que a sua fome por novos estímulos artísticos vai pedindo ingredientes inéditos. Essa ideia de universo em permanente expansão há muito que no jazz, devido até à sua matriz afro-americana, levou a um mergulho profundo nas águas da enorme riqueza rítmica africana. John Coltrane, Sun Ra, Pharoah Sanders ou Art Blakey percorreram esses caminhos, mas novas possibilidades continuam a revelar-se aos músicos de hoje no que toca, por exemplo, às características hipnóticas e de transe que existem tanto no gnawa marroquino, quanto em múltiplas expressões tradicionais da África Ocidental.
Esta qualidade de transe com origem africana é um dos traços desta 39ª edição do Jazz em Agosto, a decorrer entre 27 de Julho e 6 de Agosto, com a presença da Eve Risser’s Red Desert Orchestra, de encontro entre músicos europeus e africanos, ou da apresentação da Natural Information Society com Evan Parker, projeto criado por Joshua Abrams em torno do guimbri (típico do gnawa). Mas essa marca hipnótica encontramo-la ainda no grupo Trance Map+, no projeto Ghosted ou na música a solo de Susana Santos Silva e de Julia Reidy.
Santos Silva e Reidy integram um programa de solos, a par de Marta Warelis e Camille Émaille, numa edição em que são vários os projetos de enorme destaque na música mais criativa de 2022 com liderança feminina – por Eve Risser, Hedvig Mollestad, Zoh Amba, Myra Melford e Mary Halvorson. Consequência natural do quanto a música espelha o contexto social em que nasce.
Passados quase 41 anos após a criação deste festival por Madalena de Azeredo Perdigão, figura incontornável da vida artística portuguesa, e no mesmo ano em que comemoramos o centenário do seu nascimento, o Jazz em Agosto continua, como sempre, a reagir ao som e à forma como este é moldado por quem ocupa o palco. E é pelo som que se deixa guiar.
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Fonte: Fundação Calouste Gulbenkian, sobre o Jazz em Agosto.